1 de Dezembro de 2025 às 10:08
Trabalho
A taxa de desemprego caiu para 5,4% em outubro, o menor índice da série histórica medida pelo IBGE. A conquista, resultado da retomada econômica e de políticas públicas voltadas à renda e ao emprego, é uma excelente notícia para a classe trabalhadora. Salários médios cresceram 5% no ano e atingiram R$ 3.528, recorde na série da Pnad Contínua.
Esta realidade, que melhora a vida dos trabalhadores, revela a conta que chega para as empresas: após anos de arrocho salarial, precarização, retirada de direitos e rotatividade intensa, setores do comércio e de serviços enfrentam grande dificuldade para contratar e reter profissionais.
Para o secretário de Relações do Trabalho e responsável pelo acompanhamento das pautas de interesse da classe trabalhadora em tramitação no Congresso Nacional, Jeferson Meira, o Jefão, o que empresários chamam de “escassez de mão de obra” é, na prática, o efeito direto de um modelo de relações de trabalho enfraquecido pela reforma trabalhista de 2017 e por leis posteriores que desmontaram direitos históricos.
“No debate realizado antes da aprovação da reforma trabalhista, já alertávamos que isso aconteceria, pois, mesmo que não estivéssemos em situação considerada de pleno emprego, com tamanha precarização e arrocho não haveria trabalhadores interessados nas vagas”, lembrou o dirigente da Contraf-CUT. “Ao contrário do que dizia a propaganda pró-reforma, flexibilizar direitos, reduzir salários, facilitar demissões e enfraquecer sindicatos não geraria emprego, apenas ampliaria a precarização”, completou Jefão.
O dirigente da Contraf-CUT ressalta que, para o movimento sindical, o cenário atual confirma uma premissa histórica: quando há muito desemprego, os salários caem e os direitos são atacados; quando há pleno emprego, as condições de trabalho melhoram porque o trabalhador pode recusar empregos ruins.
“Empresas que antes se apoiavam na falta de oportunidades, agora precisam competir oferecendo melhores salários, benefícios e jornadas mais humanas. Isso não é crise, é a dinâmica normal de um mercado de trabalho saudável”, disse Jefão. “Isso, na verdade, é o verdadeiro desenvolvimento econômico, pois o país só avança quando os trabalhadores têm renda, dignidade e estabilidade, não quando vivem sob medo da demissão ou aceitam qualquer condição”, disse.
Com o desemprego em baixa e mais alternativas de trabalho decente disponíveis, trabalhadores (especialmente jovens) rejeitam vagas que pagam pouco, exigem jornadas exaustivas (como a escala 6x1) e não oferecem perspectivas de crescimento.
Para suprir o problema, empresas recorrem a expedientes incomuns:
Ao longo dos últimos anos, a reforma trabalhista:
O que os sindicatos defendem
Por: Contraf
Link: https://www.sindicario.com.br/noticias-gerais/empresas-ja-sentem-consequencias-da-precarizacao-do-trabalho/