27 de Novembro de 2025 às 08:06
Comando Nacional
Fotos: Luan Alves / Seeb SP
O Comando Nacional das Bancárias e dos Bancários se reuniu, nesta quarta-feira (26), na capital paulista, com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) em mais uma rodada da "Negociação nacional sobre assédio moral, sexual e outras formas de violência no trabalho bancário".
A presidenta do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues, que faz parte do Comando, esteve presente na negociação.

O objetivo do encontro foi avaliar a evolução das medidas tomadas pelos bancos relacionadas as cláusulas de combate a qualquer tipo de violência no ambiente laboral, conquistadas na renovação mais recente da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria.
Essas medidas determinavam aos bancos:
Em fevereiro, quando ocorreu a primeira mesa de negociação sobre o tema, a Fenaban informou que um levantamento feito com 42 bancos e que representam 97,8% da categoria, ou 409.317 funcionários e funcionárias, mostrava que, em 2024:
Em novo levantamento, apresentado hoje, a entidade que representa os bancos destacou que:
Os trabalhadores também haviam exigido redução do prazo de resolução dos casos de violência, hoje de 45 dias corridos, podendo ser prorrogados por igual período, levando muitos casos a terem um tempo de resolução de até 90 dias.
Sobre esse ponto, a Fenaban destacou que aumentou o percentual de casos resolvidos dentro de 45 dias. Enquanto que, nas denúncias recebidas em 2024, 68,9% foram resolvidas em até 45 dias, no primeiro semestre deste ano 78,3% foram solucionados neste prazo.
Outra reivindicação do Comando Nacional era a garantia de participação de representantes do movimento sindical na Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT). Segundo a Fenaban, 100% das empresas aderiram a essa exigência
No debate sobre a importância de os bancos incluírem como violência a pressão por metas e resultados, o Comando Nacional reforçou a necessidade de incluir o “assédio por algoritmos”, ou seja, a prática da utilização de sistemas de monitoramento, cobrança e pressão sobre o trabalhador por meio de ferramentas digitais.
Ficou acordado, entre ambas as partes, a realização de uma mesa, na segunda-feira, 1º de dezembro, com o tema “Gestão ética da tecnologia”, onde a questão será aprofundada.
Na data também será discutida os limites do uso da Inteligência Artificial (IA) no setor bancário; e sobre a substituição dos papéis térmicos a base de bisfenol, usados em impressoras dos bancos.
“Nesse encontro, acompanhamos a evolução das ações que os bancos estão realizando para colocar em prática as cláusulas de combate a todo o tipo de violência no trabalho. E um dos pontos que levantamos foi a necessidade de saber os tipos de violências e como os bancos resolveram os problemas. Entender a forma como as violências se manifestam e como as empresas estão atuando para coibi-las nos ajudará a entender como alcançar um ambiente de trabalho saudável”, destacou Juvandia Moreira, coordenadora do Comando Nacional e presidenta da Contraf-CUT.
Já a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Fernanda Lopes, reforço a necessidade de os canais dos bancos garantirem o sigilo total às vítimas e denunciantes. “É fundamental que as trabalhadoras e os trabalhadores se sintam confiantes em usar os canais. Caso contrário não conseguiremos capturar todas as ocorrências e corrigi-las”, acrescentou.
No início da mesa de negociação, Fernanda Lopes apresentou dados de uma pesquisa (KPMG) que mostram que 30% das pessoas pesquisadas relataram sofrer algum tipo de assédio em 2024. Destes assédios, 41% ocorreram no local de trabalho. Porém, 92% dos pesquisados não denunciaram.
A pesquisa apontou ainda que 85% das pessoas se sentiram mais confiantes em denunciar por meio dos canais criados pelas empresas, especifiamente para combater assédio. Esse dado reforça a importância dos bancários na conquista dos canais de denúncia e acolhimento dentro dos bancos. Lembrando que os sindicatos também possuem canais para os bancários realiarem denúncia de qualquer violência que estejam sofrendo.
"Reforçamos que o combate ao assédio só será completo se os bancos incluírem a pressão por metas e resultados e o assédio por algoritmos como formas inaceitáveis de violência. Nossa prioridade é a mudança cultural profunda e a punição rigorosa dos assediadores, para que o ambiente de trabalho bancário seja de fato saudável e respeitoso", disse a presidenta do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues.
Por: Contraf
Link: https://www.sindicario.com.br/noticias-gerais/comando-nacional-acompanha-evolucao-dos-bancos-no-combate-ao-assedio-no-trabalho/