26 de Julho de 2025 às 08:00

9º EEBAN/MS abre com forte chamado à união e debates cruciais para o futuro da categoria

Movimento Sindical

Na noite desta sexta-feira, dia 25 de julho, aconteceu a solenidade de abertura do 9º EEBAN/MS (Encontro Estadual dos Bancários e dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Mato Grosso do Sul), reunindo bancários, bancárias, dirigentes sindicais e autoridades na cidade de Campo Grande-MS.

A mesa de autoridades foi composta pelos presidentes dos sindicatos dos bancários de Campo Grande, Neide Rodrigues; de Dourados, Janes Estigarribia; e de Ponta Porã, Marcelo Lugo. Também estiveram presentes o presidente da Fetec-CUT Centro-Norte, Rodrigo Britto; o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto; a conselheira eleita do Conselho de Administração da Caixa, Fabiana Uehara; o representante da Fetems e da CUT/MS, Paulo Sérgio Lima; a economista do Dieese, Andreia Ferreira; o presidente do Sindicato dos Correios, Wilton Lopes; e o diretor jurídico do Sindsep/MS, Nivaldo dos Reis.

Como anfitriã, Neide Rodrigues deu as boas-vindas aos participantes, enfatizando a relevância da solidariedade entre as categorias e os obstáculos enfrentados pelos trabalhadores. Em seu discurso, Neide demonstrou confiança de que o encontro gerará propostas significativas para a classe. “Nossa programação será fundamental para a construção do nosso futuro, principalmente com debates sobre os avanços tecnológicos e as novas formas de trabalho. Tenho certeza de que, juntos, debateremos assuntos cruciais e sairemos daqui com propostas importantes que serão levadas para as nossas Conferências”, afirmou a presidenta.

 

Janes Estigarribia, presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados-MS e Região, ressaltou a importância de dar visibilidade aos desafios enfrentados pelos trabalhadores brasileiros nos últimos anos. Ele fez um panorama desde a reforma trabalhista, que sucedeu o impeachment da ex-presidenta Dilma, até as medidas dos governos posteriores, que, segundo ele, “só trouxeram perdas”. “Acreditamos que a força reside na união. É por meio de encontros como este que juntamos forças, geramos ideias, elaboramos propostas e as encaminhamos para as conferências regional e nacional. Nesses espaços, debatemos e validamos as pautas de luta da categoria, para que possamos defender os interesses de todos”, declarou Janes.

Mesmo sem a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) neste ano, o presidente do Sindicato dos Bancários de Ponta Porã e Região, Marcelo Lugo, destacou outros temas cruciais para a categoria: “Não temos a renovação da nossa Convenção este ano, mas temos temas importantes para debater, como a pejotização, a onda de demissões, o enxugamento da rede privada e as terceirizações. Precisamos repensar como nos reestruturar e nos reposicionar neste novo cenário de trabalho para garantir a defesa dos interesses da classe trabalhadora”, comentou.

 

Sérgio Takemoto, presidente da Fenae, ampliou o debate para além da questão salarial. “Nós temos uma discussão muito mais importante do que salário. Nós temos a discussão do emprego, da democracia e da soberania nacional”, pontuou Takemoto. Ele também enfatizou a importância da união dos trabalhadores para a próxima eleição, vista como fundamental para o país. “A eleição do ano que vem vai ser fundamental para todos nós. Mas para isso, nós precisamos prepará-la desde já, para poder fazer o enfrentamento. Por isso, esse encontro aqui demonstra que os trabalhadores têm que estar unidos para a gente conquistar e avançar as nossas conquistas”, completou.

Conjuntura Política e Econômica

Após a abertura do evento, o presidente da Fetec-CUT Centro-Norte, Rodrigo Britto, ministrou uma palestra sobre "Conjuntura Política e Econômica, nacional e internacional – Reflexos na classe trabalhadora do ramo financeiro". Ele iniciou abordando a crise do capitalismo global, destacando a concentração de riqueza, a exploração ambiental e a necessidade urgente de proteger o planeta.

 

“A ganância do capitalismo vem a matar. Seja por meio de guerras, como o genocídio em Gaza, seja pela fome e pela exploração absurda do trabalho. Vemos esses problemas em todos os locais do mundo, e a cada dia surgem conflitos armados ou comerciais, como a política dos EUA de tarifar todos os blocos econômicos e países, e aqui no Brasil não foi diferente”, lembrou.

Rodrigo destacou como esse "tarifaço" de 50% imposto pelos EUA ao Brasil, que pode extinguir milhões de empregos, ao afetar a vida diária dos brasileiros, ajudou a quebrar a "bolha" política e a engajar a população em debates cruciais.

“Os trabalhadores, por exemplo, viram seus empregos ameaçados, com o risco de demissões em massa, caso a medida se prolongasse. Setores importantes da economia, como o agronegócio e a indústria, também foram afetados, o que gerou manifestações e ampliou o alcance da discussão. Essa mobilização permitiu romper com a desinformação, e é fundamental aproveitar esse momento”, apontou.

A palestra também abordou a contínua luta da categoria bancária contra o adoecimento mental, a precarização do trabalho, exemplificada pelas práticas fraudulentas do Santander, e a necessidade urgente de regulamentar as fintechs para que paguem a mesma tributação dos bancos.

“É uma luta que nós temos que fazer, porque está ocorrendo um desmonte dentro do sistema financeiro nacional, seja nos bancos tradicionais, partindo para essa pejotização ilimitada, que infelizmente foi aprovada com a reforma trabalhista, mas também por meio das outras instituições financeiras que estão criadas e que não estão regulamentadas da forma correta”, ressaltou o presidente da Fetec.

Por fim, o presidente da Federação ressaltou a importância do plebiscito popular para levar o debate sobre temas como a taxação de grandes fortunas, a isenção do imposto de renda para quem ganha R$ 5 mil e a redução da jornada de trabalho a todos os cantos do país, buscando romper a "bolha" e avançar no fortalecimento da narrativa de mudança.

Comunicação Popular

A segunda palestra da noite foi conduzida pela conselheira eleita do Conselho de Administração da Caixa, Fabiana Uehara, que abordou a comunicação popular na era das redes sociais.

 

A palestra focou em como a comunicação popular não se limita às redes sociais e que deve ser uma ‘via de mão dupla’: “Comunicação popular é o que estamos fazendo aqui: é conversar com um colega do lado. Tivemos um momento, e é claro, muito causado pela pandemia, em que afirmamos que a comunicação popular é o que fazemos nas redes sociais, o que fazemos na internet, e não é isso. A comunicação popular está muito ligada ao que as pessoas precisam ouvir, mas também ao que elas querem saber”.

Fabiana criticou a falta de uso eficaz de plataformas como o LinkedIn para a comunicação sindical, apesar de sua ampla utilização pelos bancários. Ela também ressaltou que a responsabilidade da comunicação não é apenas da secretaria de comunicação, mas de todos, especialmente porque os bancos estão dominando as narrativas por meio de suas intranets.

“Precisamos mudar a nossa comunicação. Os bancos estão dominando isso, e vou falar com experiência própria: a intranet da Caixa está o tempo todo mandando mensagem", contou Fabiana.

Fabiana ressaltou a necessidade de reinventar a comunicação sindical para contrapor a influência dos bancos, alcançar todos os colegas, especialmente os novos, e mostrar a importância do movimento para transformar a sociedade e os bancos. “Comunicação não é só mídia social na internet; é reinventarmos a comunicação da qual sempre fomos referência. E, realmente, a partir disso, sermos o elo que necessitamos para uma sociedade melhor”, disse.

A palestra concluiu que, apesar de possuir uma vasta rede jornalística e profissionais em todos os sindicatos, é fundamental estar mais presente na base para que o ciclo de informações seja completo e eficaz.

Programação

O 9º EEBAN/MS segue com a programação durante a manhã do sábado, dia 26, com discussões sobre os avanços tecnológicos, a inteligência artificial e o impacto no trabalho bancário, além da terceirização e pejotização no setor.

Veja a programação deste sábado, dia 26 de julho:

08h – Composição da mesa coordenadora para início dos trabalhos
08h15 – Discussão e aprovação do Regimento Interno
08h30 – Painel sobre: Avanços tecnológicos, inteligência artificial e impacto no trabalho bancário, com Vivian Machado – Dieese;
9h00 – Painel sobre: Novas formas de trabalho: terceirização e pejotização no setor bancário, com Alexandre Moraes Canteiro – superintendente regional do Trabalho e Emprego em MS
9h30 – Perguntas dos delegados/as sobre as exposições
10h00 – Plenária Final
10h30 – Eleição de delegados/as para Conferência Regional da FETEC-CUT/CN
11h30 – Encerramento

Por: Comunicação do SEEBCG-MS
Fotos: Reginaldo de Oliveira/Martins e Santos Comunicação

Galeria de Fotos

Convênios saiba +

Clube de campo saiba +

Jogos/ Resultadossaiba +

Parceiros