7 de Agosto de 2024 às 08:06
Caixa
Na Caixa, as empregadas e empregados convivem com sobrecarga de trabalho, constantes problemas nos sistemas, descomissionamentos arbitrários, cobrança abusiva de metas, desigualdade e tantos outros problemas que afetam o dia a dia de trabalho no banco e, consequentemente, a saúde dos trabalhadores. Mas, em mesa de negociação da Campanha Nacional dos Bancários, os bancos negaram que o adoecimento da categoria é uma consequência da cobrança abusiva de metas e do assédio moral.
“Precisamos estar atentos e mobilizados para manter nossos direitos na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria e também no Acordo Coletivo específico das empregadas e empregados da Caixa, além de avançar no combate de práticas de gestão que levam ao adoecimento e perpetuam a desigualdade de oportunidades, seja devido a cor da pele, condição física, gênero, ou orientação sexual das empregadas e empregados”, disse o diretor da Contraf-CUT e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal, Rafael de Castro. “Não podemos mais permitir que o assédio e o preconceito prejudiquem a ascensão na carreira e a valorização do trabalho das pessoas”, completou.
“O banco quer impor uma proposta para o equacionamento de déficits que diminui os benefícios dos participantes do Reg/Replan Saldado. E este movimento também ameaça os demais planos administrados pela Funcef”, ressaltou a diretora executiva da Contraf-CUT, Eliana Brasil. “Nesta proposta, sequer se fala sobre a Caixa assumir a responsabilidade pelo contencioso de ações judiciais decorrentes de erros cometidos pelo banco no pagamento de seus empregados, cujos valores são colocados para a Funcef pagar”, completou. “Mas, se a Funcef paga, na verdade quem paga somos nós, que somos donos do dinheiro da Funcef. Sem responsabilizar a Caixa pelo contencioso, a dívida que é do banco é jogada para os empregados pagarem”, continuou.
A Contraf-CUT e a Fenae, respeitando o interesse dos participantes, não aceitaram nem discutir esta proposta que impõe perdas aos trabalhadores. E exigem que uma nova proposta seja debatida. “Mas a Caixa e a Funcef continuam querendo impor esta proposta. Temos que nos manter mobilizados para evitar perdas para os trabalhadores. Juntas e juntos somos mais fortes!”, disse o coordenador da CEE.
Outro debate que precisa ser encaminhado é a retirada do teto de gastos da Caixa com a saúde dos empregados, fixado no estatuto do banco em 6,5% da folha de pagamentos. O teto de gastos impede que o banco arque com os 70% dos custos de manutenção do Saúde Caixa, uma vez que o limite de 6,5% o impede de gastar mais do que o estipulado.
“O teto de gastos da Caixa com a saúde de seus empregados foi incluído no estatuto do banco, em 2017, após o Banco Central exigir que, a partir de 2016, todas as instituições financeiras cumprissem o pronunciamento 33 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC33)”, explicou o diretor de Saúde e Previdência da Fenae, Leonardo Quadros, ao lembrar que, até então, a exigência era apenas para as empresas que possuem capital aberto, com ações na Bolsa de Valores, e, por isso, a Caixa não tinha a obrigatoriedade de segui-la. “Como empresa pública, entendemos que esta obrigação acarreta em ônus indevido, e inclusive prejudica a própria empresa, pois as provisões que ela constitui em função do CPC reduzem sua capacidade de crédito”, disse o dirigente da Fenae.
Leonardo disse que, recentemente, o Banco Central dispensou algumas instituições financeiras de cumprir o CPC 33. “Manter a exigência para Caixa é, na verdade, mais uma das decisões da diretoria do Bacen que impacta negativamente toda a sociedade”, avaliou.
A representação sindical dos trabalhadores também reivindica que as empregadas e empregados admitidos após setembro de 2018, tenham as mesmas condições de permanência no plano após a aposentadoria que os admitidos anteriormente, acabando com a atual diferenciação.
Soluções para estes pontos, assim como o fim das designações de funções por minuto, com a volta das designações efetivas, e para os diversos problemas que afetam o trabalho das PcD, e tantos outros pontos, estão sendo cobradas nas negociações específicas com a Caixa.
“Nossa mobilização já conquistou a volta das estruturas regionais (Gipes e Repes), que haviam sido desativadas em 2021. Elas podem ajudar a agilizar soluções de questões locais”, disse Rafael. “Mas precisamos continuar mobilizados e cobrar o efetivo funcionamento dos comitês regionais de credenciamentos e descredenciamentos, também descentralizados, para resolver os problemas de falta de hospitais, clínicas e médicos credenciados na rede do Saúde Caixa”, completou.
Por: Contraf
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