10 de Outubro de 2008 às 12:08
							
                            
                            					
					
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							A CEF (Caixa Econômica Federal) confirmou ontem que dispõe de R$ 5 bilhões para comprar carteiras de crédito de bancos pequenos e médios com problemas de liquidez, seguindo orientação do governo. O banco estatal ainda não adquiriu nenhuma carteira porque está na fase de avaliação das propostas feitas por dez bancos. As primeiras aquisições só devem ser concluídas na próxima semana.
 
O Banco do Brasil, segundo assessoria, já fechou alguns negócios desse tipo, mas a diretoria do banco não quis informar o valor que tem disponível e com quantas instituições financeiras já fechou ou pretende fechar negócio.
 
Assim como o BB, a Caixa tem focado nas carteiras de crédito pessoal com desconto direto na folha de pagamento, o chamado crédito consignado. Segundo o vice-presidente de Finanças da Caixa, Mário Percival, esse segmento é importante porque traz novos clientes para o banco.
 
Antes da piora do cenário financeiro internacional, a Caixa já tinha como estratégia atrair clientes de crédito consignado de outras instituições financeiras. Com isso, as operações que está analisando no momento para dar liquidez a bancos pequenos e médios vêm a calhar e são uma continuidade da atuação que já tinha sido implementada pelo banco. 
 
Percival afirmou que a Caixa recebeu também ofertas de carteiras de financiamento de automóveis e de crédito comercial para empresas, como linhas de capital de giro. Essa última opção será avaliada pela diretoria porque é um nicho de interesse do banco. Já o financiamento de veículos, explicou, não é um segmento em que o banco tem muita experiência.
 
Dos R$ 5 bilhões disponíveis na Caixa para socorrer os bancos pequenos e médios, R$ 2 bilhões vieram das três reduções do compulsório autorizadas nas últimas duas semanas pelo Banco Central. O restante é de recursos próprios. 
 
“É muito importante, neste momento, prover liquidez para o mercado. O sistema financeiro brasileiro não tem problemas de solvência, mas está sofrendo com a restrição de liquidez. É preciso substituir as linhas externas pelas linhas domésticas”, afirmou Percival.
 
Ele lembrou que 22% de todo o crédito para empresas no Brasil vêm de linhas de curto prazo do exterior, que vencem, em média, a casa seis meses. É esse espaço que os bancos nacionais terão que suprir. 
 
A carteira de crédito da Caixa soma R$ 22,6 bilhões. Desse total, R$ 12,6 bilhões são empréstimos para pessoa física, e o restante, para empresas.
 
Folha de S.Paulo