16 de Outubro de 2018 às 09:46

Money Ex: fintechs dentro da Caixa?

Banco Digital

As chamadas “fintechs” (financial technology) estão se tornando populares no Brasil e, para pegar essa onda, é que foi aprovado, em setembro, a criação do Banco Digital da Caixa, que será realizada pela Money Ex (51% do capital) e CaixaPar (49% do capital). O negócio não pode ser confundido com o atendimento digital já realizado pelo banco. Trata-se de uma nova empresa que irá operar de modo semelhante à mais popular do gênero, a NuBank.

Estas empresas são caracterizadas como startups que criam inovações no setor de serviços financeiros. O termo “startup” vem sendo usado para pequenas empresas em seu período inicial, muitas delas envolvem inovação tecnologia e projetos experimentais. Através disso nasceram as “fintechs”, que usando novas tecnologias como, por exemplo, aplicativos para smartphones, oferecem serviços financeiros como: pagamentos, gestão financeira, empréstimos e negociação de dívidas, crowdfunding, investimentos, criptomoedas (bitcoin) e blockchain (ambiente onde ocorrem transações de forma descentralizada) e seguros.

Apesar de oferecerem este tipo de serviço, os trabalhadores destas empresas não são considerados bancários.

Money Ex e Domo Invest

A Money Ex foi criada em 2017 pelos sócios Flavio Salmen Maldonado e Guilherme Stocco Filho, conhecido como Guga Stocco. No entanto, a discussão do projeto com a Caixa teve início em 2016.

Stocco foi membro do Banco Original. O Banco Original é controlado pela J&F Participações, holding que abriga a JBS, empresa do mercado de produtos de origem animal. O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles foi presidente do Conselho de Administração da J&F, mantendo contrato de consultoria até ser indicado por Michel Temer para o ministério, em maio de 2016.

Além disso, Stocco é cofundador da Domo Invest, gestora de recursos que no meio de 2018 foi escolhida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para controlar o fundo de investimentos Coinvestimento Anjo (“FIP Capital Semente”) no valor de R$ 100 milhões. Este fundo foi criado com foco em startups. Antes de ser escolhida pelo BNDES, a Domo fez seu primeiro investimento justamente em uma “fintech“ de concessão de empréstimos on-line.

O investimento inicial da Money Ex e CaixaPar será de R$ 270 milhões. Avaliação econômico-financeira estima que o negócio valerá a seus sócios mais de R$ 660 milhões. O acordo entre a Caixa e a joint venture tem prazo inicial de 10 anos, permitidas renovações indefinidamente. Cancelamento antecipado impõe à Caixa, se for dela a iniciativa da rescisão, multa de duas vezes o valor do investimento realizado. A remuneração da atividade à joint venture será definida conforme produto comercializado.

Empregados que conhecem a operação, consultados a respeito, avaliam que o Conselho Diretor aprovou, em verdade, a transferência de importantes segmentos de negócios da Caixa a uma empresa com controle privado e, mais ainda, o controle do que vem se caracterizando como principal meio de acesso do cliente ao banco.

Fontes da Caixa informam que a Money Ex foi escolhida por grupo de trabalho constituído pela presidência do banco e coordenado pela própria CaixaPar. O projeto contaria ainda com um terceiro sócio privado, mas a busca foi infrutífera.

Ofício

A Apcef/SP já enviou ofício à direção da Caixa solicitando esclarecimentos.

Fonte: Fenae

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