1 de Agosto de 2015 às 07:34

Presidente da Contraf-CUT convoca bancários à unidade

Campanha Nacional Unifica 2015

Crédito: Paulo Pepe - Rede Nacional dos Bancários

A mesa contou com representantes das diversas centrais e tendências políticas

O presidente da Contraf-CUT, Roberto Von der Osten, reafirmou a importância da unidade da categoria, em discurso durante a abertura oficial da 17ª Conferência Nacional dos Bancários, na noite desta sexta-feira (31), no Hotel Holiday Inn Parque Anhembi, na cidade de São Paulo. Fortalecer a unidade foi o desafio lançado por Roberto. A mesa da abertura contou com a presença de representantes das diversas centrais e tendências políticas e de federações e sindicatos de todo o País.

"Os bancários e bancárias estão esperando muito da gente e eu tenho certeza que aqui [na conferência nacional] nós vamos construir nosso futuro. Vamos mobilizar os trabalhadores, porque nós temos base, não somos sindicalismo de fachada, todos aqui representam milhares de trabalhadores que confiam na nossa ação, e juntos nós somos muito maiores", afirmou o dirigente da Contraf-CUT.

Roberto enfatizou a importância da história da categoria. "Temos de honrar os bravos lutadores que há 30 anos construíram o modelo que estamos dando continuidade. São 23 convenções coletivas e 11 anos de ganho real. Nós teremos agora que construir nosso futuro. Temos que tirar dinheiro do banqueiro e distribuir para a sociedade. Temos que combater a desigualdade e distribuir oportunidades."

O presidente da Contraf-CUT lembrou do momento de atribulações pelo qual passa o Brasil atualmente. "O bancário sabiamente entendeu que estamos fazendo uma campanha em um momento muito difícil. Mas quando que nós dissemos que será fácil fazer campanha nacional? Campanha é difícil. Mas isso nunca nos desestimulou, pelo contrário. Nos estimula para a luta", disse. "Mas se tem um cenário difícil é porque tem uma crise política, que se transformou em uma crise econômica pelos derrotados [das eleições de 2014], que querem transformar em crise social", completou.

Roberto defendeu o governo federal, mas apontou erros, como o plano de ajuste fiscal e o aumento na taxa Selic. "São erros que vão na contramão do desenvolvimento, do crescimento e da inclusão, que nós conseguimos no governo Lula. Mas tem uma coisa que não vamos admitir, que é o golpe. Vamos nos juntar com as centrais para defender nossos direitos e enfrentar o ajuste fiscal."

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e vice-presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, destacou que a defesa do emprego bancário é uma das prioridades da Campanha 2015. "Hoje 50% das operações bancárias são feitas pelos próprios clientes, mesmo assim, os bancos continuam cobrando tarifas exorbitantes e juros altos", disse.

Juvandia ressaltou ainda que a campanha é um momento importante para debater a terceirização, que ameaça empregos, direitos e a própria organização sindical dos trabalhadores. O projeto de lei da terceirização (originalmente PL 4330/2004) foi aprovado pela Câmara e agora tramita no Senado como PLC 30/2015.

"A campanha é também um momento importante para discutir reformas fundamentais para o País, como a política e a tributária e a democratização dos meios de comunicação, hoje nas mãos de apenas seis famílias. Não podemos deixar se fazer esses debates", defendeu.

Em seu discurso, o presidente da CUT, Vagner Freitas, manifestou solidariedade à Juvandia Moreira e ao secretário-geral da central sindical, Sérgio Nobre, por serem "perseguidos pela mídia golpista", como ressaltou. "Essa sanha de acabar com os movimentos sociais e a esquerda é porque demonstramos que temos alternativas um milhão de vezes melhor do que eles. Estamos sendo julgados pelos nossos acertos, que eles não admitem. Perseguem a Petrobras porque estamos despertando o interesse internacional. Porque sabem que vamos consolidar a democracia para os trabalhadores com o pré-sal. Estamos questionando a ordem mundial por isso querem nos destruir", afirmou.

Vagner lembrou que, durante o governo do PT, a CUT esteve à frente de todas as lutas dos trabalhadores, não apenas criticando. "Mas sim também organizando a luta. Contra a terceirização, que joga fora as conquistas dos trabalhadores, a CUT estava nas ruas junto com outras centrais. Estamos nas ruas em defesa dos trabalhadores e também para impedir o retrocesso e o golpe da direita, que está sendo construído pela mídia golpista e por um congresso que não representa os trabalhadores", acentuou.

Para Vagner, a unidade da CUT é mostrada na prática. "Por isso, no 1º de Maio conclamamos a formação de um bloco de esquerda para dar continuidade aos avanços de cabeça erguida".

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT), Paulo Cayres, falou em nome de todas as outras categorias e destacou a necessidade de posicionamento claro dos representantes dos trabalhadores: "Quem quer derrotar a esquerda não é de esquerda. Tem companheiro que vacila e não pode vacilar. Temos de ir para cima dos que sempre nos exploraram e contra a política econômica, ser de esquerda é ser contra a burguesia", destacou.

Cayres também fez referência ao atentado político contra o Instituto Lula, que aconteceu na madrugada na noite de quinta-feira (30), afirmando que o fato mostra que a direita ultrapassou todos os limites.

Para Nilton Esperança, presidente da Fetraf- RJ/ES, o momento é de grande reflexão sobre os rumos que os trabalhadores devem tomar e qual discurso levar às ruas. Segundo ele, deve ser o debate da defesa dos direitos: "Não existe crise financeira, os bancos nunca lucraram tanto, queremos dignidade e respeito nas negociações", afirmou.

O PODER DOS BANCOS

Representando a Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (FEEB-SP/MS), seu vice-presidente, Moacir Januário, destacou a importância da unidade de categoria para manter os direitos e avançar em mais conquistas. "Sabemos que os bancos podem e podem muito atender as nossas reivindicações. Bancos simplesmente não enfrentam crises. Mesmo com essa crise que acontece no momento, eles demonstram um crescimento de lucratividade muito grande. Então, não têm desculpa para não atenderem as nossas reivindicações. Estamos em busca de um só objetivo, que é defender e conquistar direitos para que todos os bancários tenham melhores condições de trabalho e uma vida mais digna", declarou.

O representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadores do Brasil (CTB), Emanoel Souza de Jesus, destacou a importância da unidade da categoria bancária. "A unidade vai tornar nossa campanha salarial vitoriosa nas nossas reivindicações específicas e também na luta geral dos trabalhadores brasileiros por mais direitos e democracias".

O representante da Intersindical, Carlos Pereira Araújo, defendeu o aprofundamento de debate sobre questões como a terceirização, papel do sistema financeiro com controle social, reforma tributária com taxação das grandes fortunas e democratização dos meios de comunicação. "Nós entendemos que é necessário fazer auditoria da dívida pública", enfatizou.

A dirigente da CSP-Conlutas, Joaninha de Oliveira, criticou duramente o ajuste fiscal liderado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy e afirmou que os trabalhadores são as maiores vítimas. Também relacionou a grande lucratividade dos bancos com o adoecimento dos bancários.

"Os banqueiros deste País lucram muito e os bancários pagam com as metas e o assédio moral. Uma situação difícil. A atual conjuntura econômica é muito complexa e apresenta vários desafios para a classe trabalhadora. Faremos uma ação nacional em setembro contra a perda de direitos", ressaltou.

Também fizeram parte da mesa os seguintes dirigentes: Alci Matos (Confederação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços - Contracs), José Boaventura (Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes), José Avelino Barreto Neto (Fetec Centro-Norte), Junior Cesar Dias (Fetec-PR), Leandro Spezia (Fetec-SC), Luis Cesar de Freitas (Fetec-SP), Magaly Lucas Fagundes (Fetraf-MG), Jair Ferreira (Fenae), Carlos Eduardo Bezerra Marques (Fetrafi-NE), Arnone Hanke (Fetrafi-RS), Carlos Pereira Araújo (SEEB-ES), Jacir Zimmer (SEEB-Florianópolis), José Maria Guerra (SEEB-MT), José Arimatéia de Sousa (SEEB-PI), Everton Gimenis (SEEB-Porto Alegre), Adriana da Silva Nalesso (SEEB-RJ), José Pinheiro de Oliveira (SEEB-RO), Adauto Andrade Martins (SEEB-RR), Ivania Pereira (SEEB-SE), Belmiro Moreira (SEEB-ABC), Edmar Batistela Tonelly (SEEB-AC), Jairo Luiz França (SEEB-AL), Edson Azevedo dos Anjos Gomes (SEEB-AP), Augusto Sérgio Vasconcelos de Oliveira (SEEB-BA), Eliana Brasil (SEEB-Belo Horizonte), Wandeir Souza Severo (SEEB-DF), Jeferson Boava (SEEB-Campinas), Edvaldo Franco Barros (SEEB-Campo Grande), Elias Jordão (CEEB-Curitiba), Suzineide Medeiros (SEEB-PE) e Marcos Henrique e Silva (Sintrafi-PB).

Fonte: Rede Nacional de Comunicação dos Bancários

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