7 de Maio de 2015 às 09:49

Presidente da Caixa reafirma compromisso de dialogar com entidades e empregados

Entidades se reúnem com Presidente da Caixa

FENAE


Na reunião realizada em Brasília, Miriam Belchior recebeu documento contendo demandas para melhoria das condições de trabalho nas unidades do banco. Entre elas, acelerar a contratações, acabar com o GDP e solucionar o contencioso judicial da Funcef

Dirigentes de entidades sindicais e do movimento associativo da Caixa entregaram, nesta quarta-feira (6), à presidente do banco documento contendo pontos que consideram essenciais para melhorar as condições de trabalho e o fortalecimento da empresa como 100% pública. Na oportunidade, Miriam Belchior reafirmou que o governo não irá abrir o capital da Caixa, que deseja manter diálogo permanente com as representações dos trabalhadores e que está reavaliando os canais de negociação com os empregados.

O encontro, ocorrido na sede da instituição, em Brasília (DF), foi solicitado pela própria Miriam Belchior. Participaram os presidentes da Fenae, Jair Pedro Ferreira, da CUT, Vagner Freitas, e da Contraf-CUT, Roberto Von Der Oesten; a coordenadora da Comissão Executiva de Empregados (CEE/Caixa), Fabiana Matheus; a representante suplente dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Maria Rita Serrano; a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira; Wandeir Severo, diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília; e representantes da Contec.

“Foi uma reunião importante, em que nós colocamos nossas expectativas em relação à gestão da Caixa. Defendemos um banco 100% público, que continue ofertando crédito, financiando moradia e que participe do processo de discussão da política econômica do governo”, ressaltou Vagner Freitas. Roberto Von Der Oesten destacou: “É muito positivo que o terceiro maior banco do país chame as entidades sindicais e as representações dos trabalhadores para dialogar”. O presidente da Contraf-CUT defendeu o protagonismo da Caixa na mesa única de negociação da categoria bancária e que sejam aprimorados os canais de negociação existentes. 

Para o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, o gesto de Miriam Belchior representa a valorização do diálogo com os empregados e os segmentos representados pelas entidades sindicais que foram convidadas para o encontro. “Foi importante também porque reafirmamos o nosso posicionamento de defender a Caixa como banco público”, disse. Fabiana Matheus, reivindicou à presidente do banco o aprimoramento da mesa permanente. “Esse canal de negociação precisa de mais autonomia, para asseguramos que os problemas levados tenham soluções com a agilidade necessária”, enfatizou.

Maria Rita Serrano defendeu junto à direção da Caixa melhorias nos canais de comunicação com o banco. “Também queremos mais transparência na divulgação entre os empregados das ações da empresa no enfrentamento das denúncias de que tem sido alvo”, frisou. Para Juvandia Moreira, o clima nas unidades é de apreensão, devido à falta de contratações para substituir o que estão saindo por meio do Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA). “A Caixa precisa reverter essa situação”, cobrou. Wandeir Severo acrescentou: “Nossa expectativa é de encontrar soluções em conjunto para os problemas que afetam os trabalhadores”.

A presidente da Caixa, Miriam Belchior, explicou que a intenção da reunião era ouvir a visão dos trabalhadores sobre o processo de negociação com a empresa, sobre as rodadas mais recentes. “É importante ter esse retorno a respeito de como tem sido o trabalho para que a gente possa aperfeiçoar ao máximo neste período que estarei à frente da Caixa”, afirmou.

Documento

No documento entregue a Miriam Belchior, as entidades destacam a importância da Caixa como banco 100% público para o desenvolvimento econômico e social do país. “Foi uma grande vitória para os brasileiros a decisão do governo de não abrir o capital da Caixa”, enfatiza o texto. Também há um resgate dos momentos difíceis enfrentados pelo banco durante os governos neoliberais, com tentativas de desmonte com o objetivo de privatizá-lo.

O documento destaca ainda demandas para melhorar as condições de trabalho na unidades da Caixa. A mais urgente delas é acelerar o ritmo das contratações. “Faltam empregados, o que sobrecarrega os atuais trabalhadores, que ainda enfrentam dificuldades para receber horas extras e salários de substituição de colegas”, diz o texto. E lembra: “Milhares de empregados estão deixando a empresa por meio do Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA)”.

Outra reivindicação diz respeito ao fim do programa Gestão de Desempenho de Pessoa (GDP), que está sendo implantado de forma unilateral pelo banco desde o ano passado. “O mecanismo afronta todos os princípios coletivos da relação de trabalho, pois cria um contrato individual de trabalho, institucionaliza a cobrança de metas individuais, rotula os empregados, acirra a competitividade nos locais de trabalho, favorecendo o assédio moral e o adoecimento, duas mazelas que devem ser diariamente combatidas”.

A isonomia de direitos entre todos os trabalhadores da Caixa é mais uma demanda contida no documento entregue à Miriam Belchior. “A distinção (...) começou em 1998, quando as contratações ocorreram com direitos rebaixados. (...) A partir de 2003, alguns direitos foram reconquistados. Hoje, entidades e empregados lutam pela volta da licença-prêmio de 18 dias por ano e do ATS/anuênio, um adicional de 1% do salário a cada ano de serviço”, explica o texto.

As representações dos empregados ainda cobram soluções para o contencioso judicial da Funcef, que decorre de ações trabalhistas contra o banco e que tem causado custos elevados e onerado os planos de benefícios. Outra reivindicação da categoria é a extensão do Saúde Caixa para os que se aposentaram por meio dos Programas de Demissão Voluntária realizados em 1996, 2000 e 2001.

“A Caixa Econômica Federal é hoje um dos maiores bancos do país. O maior 100% público. Sem deixar de lado o importante e histórico papel social, continua avançando no mercado, o que tem incomodado o setor privado. E tudo isso graças principalmente à valorosa contribuição dos seus empregados. O reconhecimento desses trabalhadores avançou nos últimos 12 anos. Mas ainda há muito para reparar e avançar”, finaliza o texto.

Clique aqui e leia a íntegra do documento entregue à presidente da Caixa.


 

Fonte: Agência Fenae
 

Convênios saiba +

Clube de campo saiba +

Jogos/ Resultadossaiba +

Parceiros